Deixei pessoas se aproximarem sem exigir demais. Sem saber demais.
Tentei me ajustar em mundos que não se encaixavam em mim. Ou eu não me encaixava neles.
Me moldei para me sentir parte de algo. Me alimentei de falsas risadas, falsos momentos.
Criei um falso eu. Me permitiram ser capaz.
*
Fui capaz. Andei com meus próprios pés. Conheci novos mundos.
Conheci a sinceridade. Já não conseguia cumprir o meu papel.
Já não correspondia com quem eu me tornei. Nada batia.
As risadas secaram, os momentos se esgotaram e o certo parecia errado. Todos os dias.
Deixei que notassem. Deixei que o meu ajuste fosse apagado. Deixei que me odiassem.
Logo após, a sinceridade me abraçou. Me completou.
Conheci o verdadeiro. Percebi que nunca me deram a escolha de ser. Nunca ri. Nunca presenciei.
Nunca fui eu.
*
Agora, mais do que nunca, eu quero ser.
Mais do que nunca, os mundos se colidem.
Mais do que nunca, a minha cabeça entra em uma guerra em que não quero estar.
De um lado, quem eu era. Do outro, quem eu sempre quis ser.
*
Talvez este seja o sentimento de querer abandonar o passado. Seguir em frente.
Querer que todos esqueçam. Querer que todos me esqueçam.
Não posso escrever em um papel limpo quando já está rasurado, mas posso tentar. De novo.
Podemos tentar quantas vezes quisermos.
Podemos recomeçar.
Podemos nos permitir.
Se permita.
m.a
achei top
ResponderExcluirAchei top/2
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